terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Morte de Samuelson, Paul



Soube também, no dia 14 de Dezembro do corrente ano, o conhecimento do desaparecimento físico (físico?) do tão adorado Prémio Nobel da Economia (1970), Paul Samuelson.

Tal como diz, o Basílio Muhate, que o primeiro contacto com a sua obra foi a 14ª Edição, eu também tive (na Faculdade de Economia da UEM) essa oportunidade e inclusive estou em contacto com as edições seguintes.

Os contributos que o Samuelson deu, aliás continua a dar vai desde os ciclos económicos (modelo de "acelerador-multiplicador"), a macroeconomia, a microeconomia em fim, é uma enorme lista que nos garante concluir que a Economia é realmente uma Ciência.

Confesso que sou um dos influenciados pelo Paul Samuelson por isso aproveito para prestar a minha homenagem a este grande homem da Economia.

O que dizem os outros economistas moçambicanos?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Obrigações - Relação Risco/Rentabilidade

O que são?

Short-Selling de Obrigações do Governo Americano, ou seja, este investimento beneficiará da queda do preço das Obrigações americanas e respectiva apreciação das Yields (Taxas de Juro), que se encontram a níveis historicamente muito baixos.

Contexto deste investimento.
As obrigações americanas têm vindo a subir ao longo dos últimos meses, apesar do extraordinário nível de endividamento do governo norte-americano. A dívida americana ascende a 13.000 biliões (notação americana) de dólares e a cada ano a dívida aumenta aproximadamente 1.000 biliões de dólares. A dívida e o seu agravamento são incomportáveis. A capacidade dos Estados Unidos pagarem esta dívida começa a ficar comprometida e existem apenas duas soluções para resolver o problema:

• Desvalorizar agressivamente o dólar, “imprimindo” moeda para pagar a dívida e provocando um colapso nos activos denominados em dólares e nomeadamente nas obrigações emitidas pelo governo americano; e

• Aumentar os impostos (já a um nível elevado) para níveis politicamente insustentáveis.

Perante as alternativas, a segunda solução não é verdadeiramente uma opção.

Para além do já elevado nível de impostos nos EUA, a crise económica não permitirá um aumento dos impostos e provocará até uma enorme diminuição da receita fiscal, uma vez que as empresas apresentarão menos lucros e pagarão menos impostos, o com o aumento do desemprego muitos americanos deixaram de pagar impostos relativos ao seu trabalho. Esta quebra de receita fiscal, agrava ainda mais o défice orçamental que poderá este ano atingir um nível recorde de 1 trilião de dólares.

A única solução para a situação gritante a que se chegou é desvalorizar a moeda e consequentemente a dívida. As obrigações americanas vão cair abruptamente, com as respectivas yields a subirem, antecipando a inflação provocada pelo aumento da massa monetária em circulação e a menor capacidade de os EUA pagarem a sua dívida. O risco de crédito dos EUA aumenta, e uma redução do seu rating de crédito poderá ocorrer durante o próximo ano.

De salientar que apesar do endividamento recorde e dos problemas descritos acima, as obrigações americanas subiram para níveis recorde, tendo sido temporariamente consideradas como um refúgio por parte dos investidores que saíram dos mercados de acções. Rapidamente se perceberá que o risco de deter obrigações americanas é superior ao risco de deter outros activos normalmente percepcionados com de maior risco.

Um outro factor que acarretará necessariamente uma queda nas obrigações, é o papel da China e do Japão. Estes países são os maiores detentores de dívida americana e poderão vender as suas posições para investirem nas suas próprias economias também severamente afectadas pela crise económica e sobretudo mal percepcionem a política escolhida pelos EUA para resolverem o problema da dívida.

Por todas estas razões as subidas registadas recentemente nas obrigações do tesouro americanas são apenas um fenómeno temporário relacionado com o medo instalado nos mercados financeiros durante este ano. O maior risco neste momento é deter obrigações americanas e por essa razão investimos e continuaremos a investir na desvalorização destes activos através de futuros da dívida transaccionados na CBOT.

As taxas de juro americanas encontram-se a níveis historicamente baixos e inferiores à taxa de inflação. As yields das obrigações governamentais americanas, ao longo da curva de maturidade, encontram-se abaixo dos 4 a 6% da inflação estimada nos EUA.

A nossa perspectiva é a de que os detentores das obrigações vão exigir um prémio face à inflação e que as yields normais para as condições macroeconómicas actuais serão aproximadamente 100 basis points acima da taxa de inflação.

O aumento da inflação decorrente da subida dos preços das diversas matérias-primas (em particular petróleo e mercadorias agrícolas) e potenciado pelas medidas empreendidas pelo Tesouro americano para debelar a crise do crédito, tornam o contexto deste investimento ainda mais favorável.

Neste sentido, o potencial de valorização do investimento é muito superior ao risco de evoluir desfavoravelmente no futuro.

Porquê investir na queda das Obrigações.
1. Elevado endividamento dos EUA, agravado pelos défices orçamentais actuais, relacionados com as ajudas ao sector financeiro e pacotes fiscais de estimulo à economia;

2. Taxas de juro implícitas nas obrigações americanas a mínimos históricos;

3. Possibilidade de a China e Japão, principais detentores da dívida americana, venderem os seus investimentos;

4. Obrigações americanas deixaram de ser consideradas activo refúgio, como nunca deveriam ter sido rotuladas devido ao risco de depreciação;

5. Melhor protecção contra a previsível subida da taxa de inflação a longo prazo;

6. Excelente relação Risco-Rentabilidade.

Ameaças.
O “downside” (perda potencial) deste investimento é muito limitado. Assim, na nossa perspectiva, o principal risco associado ao “investimento curto” em Obrigações será o de, o período recessivo na economia mundial (e dos EUA em particular) se prolongar por um período de tempo mais elevado, provocando a manutenção ou redução do nível geral de preços (deflação).

Outras Opiniões sobre este investimento.
Marc Faber, reconhecido investidor suíço que antecipou o crash bolsista em 1987, considera o investimento “curto” em obrigações americanas a melhor oportunidade do século.
Fonte: Comentários de Reputados Investidores.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

RSA – Banca Prioriza Financiamento à Agricultura. E a Banca Moçambicana?

Dois dos quatro maiores bancos da República Sul Africa, nomeadamente ABSA Group, Ltd e o NedBank, Ltd apostam no alargamento do apoio às empresas agro-industriais, devido ao alto risco que se regista nos restantes ramos da indústria, como consequência do impacto da recessão económica no país.

O sector agrícola foi o que melhor desempenho apresentou no ano transacto, tendo o comércio a retalho registado o maior abrandamento dos últimos 11 anos, perante um decréscimo do sector manufactureiro para níveis mais baixos dos últimos cinco e com tendências de aumento das falências das grandes companhias. Nesta perspectiva, o ABSA Bank incrementou a concessão de empréstimos na agricultura em 67% em 2008, enquanto que se igualava a carteira de empréstimos no sector mineiro e a consumidores individuais. Note-se que no II trimestre de 2009, apesar da economia ter contraido em 2.8%, o sector agrícola expandiu em 5.4%, perante o declínio da produção nos sectores mineiro, manufactureiro e indústria retalhista.

A aposta daqueles bancos no sector agrícola, decorre do reconhecimento de que a agricultura constitui, neste momento, o sector mais dinâmico e por isso, com níveis positivos de amortização dos empréstimos, beneficiando-se dos altos preços praticados nos produtos alimentares, dado que em período de recessão, os consumidores preferem reduzir as despesas com bens de consumo durável mantendo os seus níveis de consumo corrente.

Oiça lá que a banca moçambicana também abra o olho, visto que a agricultura apresenta um grande potencial em termos de resultados esperados. Note que “só 20% dos 36 milhões de hectares com aptidão agrícola é que é explorada, por 2.5 milhões de famílias camponesas”.

O Governo de Moçambique está apostando na Revolução Verde, qual será o papel da banca na materialização desse grande objectivo que é produzir comida para as populações?

Na sua edição do dia 16 de Junho do corrente ano, o Jornal O País publicou uma entrevista com o Ministro de Agricultura, Soares Nhaca, em que este dizia que “de uma forma geral, a actividade agrícola tem dado um grande contributo no PIB.” Este contributo é advogado pelo facto de em 2008, o Sector Agrícola ter comparticipado em cerca de 23% para o PIB.

O financiamento bancário ao sector agrícola em Moçambique ainda não se verifica nos moldes em que devia se verificar, por um lado a banca a exigir as garantias bancárias e por outro, os camponeses a darem como garantia, as respectivas terras (propriedade do Estado). Nhaca diz ainda na entrevista que, “o sector bancário já começa a prestar alguma atenção ao Sector da Agricultura”, mas “continua difícil conseguir financiamento para a actividade económica”.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Face ao Dólar - MOEDA NACIONAL DEPRECIA 0,04 POR CENTO

No fecho da segunda quinzena do passado mês de Julho, a cotação do dólar norte-americano no Mercado Cambial Interbancário (MCI) foi de 26.69 meticais, o que corresponde a uma depreciação nominal do Metical de 0,04 por cento, relativamente à taxa de câmbio que vigorou no dia 15 de Julho de 2009 e uma depreciação mensal de 0,2 por cento. Até o dia 31 de Julho, o Metical registou uma depreciação acumulada e anual de 6.4 por cento e 11.3 por cento, respectivamente.

Do cruzamento da cotação do dólar norte-americano na praça de Londres com o câmbio desta moeda no mercado doméstico, resultam para o mesmo período, cotações de 37,68 meticais/euro e 3,41 meticais/rand sul-africano, níveis que relativamente à primeira quinzena de Julho de 2009, representam uma depreciação nominal do Metical de 0,24 por cento e 3,65 por cento, respectivamente.
Em termos mensais, o metical ganhou terreno face a moeda sul-africana em 1,7 por cento, tendo, no entanto, perdido face a moeda europeia em 0,3 por cento, após depreciação mensal de 3.9 por cento e 0,3 por cento, respectivamente, registada em Junho.

Comparativamente ao euro, o Metical registou na segunda quinzena de Julho corrente, uma depreciação acumulada e anual de 6,7 por cento e 0,3 por cento, respectivamente, mais 25 pb e 2.68pp relativamente ao nível observado no período anterior. Face ao Rand, a moeda nacional registou, em termos de variação
acumulada uma depreciação de 27.2 por cento mais 4.5pp face ao período homólogo e, em termos anuais, menos 15pb situando-se em 4,0 por cento no fecho da segunda quinzena em análise.

Juros dos BT reduzem no Mercado Monetário Interbancário, as taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro para as diversas maturidades registaram, na quinzena em análise, uma tendência de redução. Com efeito, as taxas de juro médias dos Bilhetes do Tesouro para as maturidades de 182 e 364 dias reduziram em 20pb e 14pb passando para10.30 por cento e 11.00 por cento, respectivamente tendo, no entanto, a taxa de juros média para maturidade 91 dias se mantido inalterada em 9.85 por cento. Por seu turno, a taxa de juro média das permutas de liquidez entre as instituições de crédito também reduziu em 60pb, para 5.90 por cento, face à taxa média observada no último dia da primeira quinzena de Julho de 2009.

As taxas de intervenção do Banco de Moçambique, nomeadamente, da Facilidade Permanente de Cedência de liquidez (FPC) e da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD), mantiveram-se inalteradas em 11.50 por cento e 3.00 por cento, respectivamente. Relativamente às reservas bancárias, dados preliminares reportados ao 31 de Julho de 2009 apontam para um saldo de 7,674.05 milhões de meticais,
equivalente a um aumento em 132.4 milhões de meticais, reflectindo fundamentalmente, o incremento da
componente denominada em moeda estrangeira em 161.5 milhões amortecidos pela redução da parte em
moeda nacional em 29.1 milhões de meticais.

A redução observada nas reservas em moeda nacional resultou da emissão líquida de Repos no valor de
1,181.8 milhão de meticais; venda líquida de divisas efectuada pelo Banco de Moçambique no MCI, no contravalor de 741.1 milhões de meticais; levantamentos líquidos no montante de 407.0 milhões de MT; emissão líquida de Bilhetes do Tesouro (BT´s) no montante de 114.8 milhões de meticais; e diversas operações no valor de 44.1 milhões de meticais.

Para o aumento das reservas bancárias concorreu a injecção líquida de 1,449.8 milhões de meticais efectuadas pelo Estado no âmbito da execução orçamental; o vencimento líquido da FPD no valor de 984.7 milhões de metixcais; e as operações liquidas na FPC que resultaram na expansão de liquidez no montante de 25.1 milhões de meticais.
Fonte: Raio X, 28/08/09, P. 1,3 (Redacção)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Crise Financeira: FMI injecta fundos à Economia Moçambicana

A partir de hoje, 28 de Agosto de 2009, Moçambique beneficia de cerca de USD 108 milhões desembolsados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para fazer face aos efeitos da Crise Financeira Internacional, que tem assolado vários países incluíndo Moçambique.

O FMI pretende estender esta medida, com um valor global de USD 250 biliões, a outros paíse de mercados emergentes e de baixa renda, membros daquela instituição financeira mundial.

Estes valores vão aumentar os Activos Externos Brutos (AEL) desses países disponibilizados por aquela instituição financeira, através do Departamento de Direitos Especiais de Saque, de acordo com a proporção das quotas que cada país detém e de acordo ainda, com o tamanho relativo de cada economia no panorama global.
Fonte: http://www.bancomoc.mz

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Africa do Sul: 20% de aumento salarial marca o fim da greve

Informações publicadas pela http://www.fin24.com/ indicam que o Sindicato dos Trabalhadores Municipais anunciou o fim dos cinco dias de greve que os trabalhadores municipais vinham observando no País, com a celebração de um acordo que estipula o incremento do salário mínimo, passando dos actuais R3.352 para R3.850 valor que passará para R4.000 a partir de Janeiro de 2010, o que corresponderá a um aumento global de cerca de 20%. Adicionalmente, as autoridades incrementaram o subsídio de habitação em R50.000 ao longo dos três anos, e de forma faseada, passando dos actuais R85,000 para R135.000 no ano 2011.

A manifestação foi feita pelos trabalhadores dos ramos dos transportes, farmácias e serviços municipais que reivindicavam o aumento de salários em 2 dígitos percentuais. Os cerca de 150.000 trabalhadores dos serviços municipais recusaram os 11.5% do aumento de salários propostos pelo Governo, contra os 15% por eles exigidos inicialmente, tudo para garantir o poder de compra dos trabalhadores, uma vez que, em Agosto de 2008, a inflação atingiu o pico de 13% e encontra-se actualmente (Maio de 2009) em 8% . Estes trabalhadores ameaçavam inviabilizar os jogos do Mundial de Futebol de 2010, caso o Governo não satisfaça as suas exigências.

A mesma fonte indica que os protestos e a onda de greves ainda não alarmaram os investidores, que depositam confiança à nova administração do país em garantir a manutenção da despesa sustentável, embora julguem inapropriada a exigência do duplo dígito aumento salarial, num momento em que a economia atravessa a fase de recessão.

É lógico que com o aumento salarial dos trabalhadores sul africanos, os produtos de primeira necessidade e não só vão registar aumentos significativos com impacto à economia nacional que depende em certa medida de importação de alguns produtos da visinha África do Sul. Contudo, sobem os salários sul africanos e o poder aquisitivo dos moçambicanos baixa.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Primeiras Jornadas Científicas do Banco de Moçambique

As Primeiras Jornadas Científicas do Banco de Moçambique - BM tiveram lugar no dia 16 de Junho de 2009, data em que se comemorou o XXIX Aniversário da Moeda Nacional – o Metical.

Os temas apresentados e debatidos destacam-se:

1. “Cálculo do Índice da taxa de Câmbio efectiva Real e Estimação da taxa de Câmbio de Equilíbrio em Moçambique”; e

2. “Uma abordagem para o Cálculo do Produto Potencial e do Hiato de Produto para a Economia Moçambicana”.

Numa plateia reduzida em termos de participação externa (participaram das Jornadas Científicas membros Conselho de Administração, Assessora do Governador do BM, Directores do BM, Técnicos do BM e os representantes do INE), o Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, no acto de abertura sublinhou que o “29° aniversário da criação da nossa moeda representa uma das mais importantes conquistas da Independência e um dos mais nobres símbolos da afirmação da nossa identidade nacional.”

Segundo o Governador do BM, esta iniciativa visa profissionalisar o sistema de investigação naquela instituição que vela pela Política Monetária e Cambial de Moçambique. Entre outros objectivos, o BM pretende com as Jornadas Científicas:

1. Difundir os resultados da pesquisa desenvolvida pelos técnicos do BM, discuti-los com uma audiência mais vasta e com diversas sensibilidades;

2. Apresentar os resultados de pesquisas que outros bancos centrais, instituições académicas, centros de estudo e de investigação nacionais e estrangeiros, realizam e que sejam de interesse para a actividade do Banco de Moçambique, nas suas diferentes especialidades;

3. Proporcionar um fórum de discussão multidisciplinar com os profissionais que trabalham em matéria de pesquisa e investigação em assuntos relacionados com a política monetária, cambial e financeira, no contexto da integração regional;

4. Propor linhas de investigação, que permitam juntar cientistas e profissionais, com vista à inovação e transformação de práticas investigativas”.

Esta iniciativa de juntar de entre técnicos do Banco de Moçambique e os de Instituições Governamentais é de grande relevância, uma vez que se divulgam e debatem-se trabalhos desenvolvidos internamente. Ainda relacionado com este facto, A Directora do Departamento de Estudos Económicos, Drª Silvina de Abreu, salientou que “as perspectivas para as próximas jornadas são as de abrirmo-nos, primeiro para abarcar convidados das áreas de estudos do Ministério das Finanças e o da Planificação e Desenvolvimento, do INE, das instituições académicas, da Associação de economistas, Instituições de pesquisas, da imprensa, da CTA, dos institutos ou centros de investigação, entre outros. A etapa seguinte será a abertura para os convidados estrangeiros”.

Penso que quando se chegar a fase de as Jornadas Científicas abrangir convidados estrangeiros, um critério de seleção o Banco de Moçambique irá adoptar, no sentido de, primeiro serão os convidados regionais? Africanos? Europeus? Asiáticos? Americanos? Ou uma represantatividade de cada uma dessas regiões? Ou ainda com parceiros do BM no estrangeiro?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bernard Madoff – 150 Anos de Prisão


Finalmente foi condenado Bernard Madoff, o homem protagonista do maior esquema de fraude já mais visto no mundo. Condenado a 29 de Junho de 2009, a 150 Anos de Prisão, Madoff tinha montado um “esquema de especulação e burla financeira que consiste em usar o dinheiro aplicado por novos investidores para remunerar os antigos”.

“Maldita” Crise Financeira Internacional tramou o Madoff, porque se não fosse, não se teria descoberto o esquema por ele montado.

Será que em Moçambique não temos esquemas desta natureza, que podem atrairem pequenos investidores, ou até mesmos os grandes?

Voltarei em breve a desenvolver este episódio...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Como é que a Crise Financeira está afectando a África – e o que fazer sobre ela

Segundo o Centro de Desenvolvimento Global (CGD em inglês – Center for Global Development), a Crise Financeira não afectava inicialmente África, directamente, sendo que os efeitos estejam a começar a se fazer sentir agora.

Uma pesquisa feita por Todd Moss refere que o impacto em África já parece vir através de três circuitos principais: Comércio Global, Fluxos de Capital e Respostas da Política.

Para mais detalhe e/ou download do working Pepper siga o seguinte link http://www.cgdev.org/content/publications/detail/1422072 (documento em inglês).


O documento diz que, como África integrou-se menos na economia global, a crise financeira também poupou dos efeitos preliminares. Moçambique é um país que parte significante do seu Orçamento é financiado pelos doadores externos e, numa altura de crise como esta é óbvio que as ajudas prometidas sejam revistas (cortes que sustentam os seus compromissos) para salvaguradar os seus interesses em África.

Duas questões eu coloco em debate:
  1. Será que com a crise financeira internacional serão criadas condições necessárias para um futuro sem mais crises desta magnitude?
  2. Qual vai ser o comportamento do IDE (Investimento Directo Estrangeiro) em Moçambique, face a actual crise financeira internacional?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CPLP: 2º Encontro de Emissão e Tesouraria dos Bancos Centrais


Maputo acolheu de 6 à 8 de Abril de 2009, o 2º Encontro de Emissão e Tesouraria dos Bancos Centrais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Falando à margem do II Encontro de Emissão e Tesouraria dos Bancos Centrais da CPLP, Esselina Macome (Administradora do Banco de Moçambique) fez referência aos grandes avanços da ciência, tecnologia e globalização, realçando que a banca não está alheia a estes desenvolvimentos.

Este econtro (bienal), para além de outros teve como objectivo a análise das recomendações dadas aquando do I Encontro de Emissão e Tesouraria realizado em 2007, em Lisboa – Portugal, e debater os últimos desenvolvimentos registados em cada país.

Este órgão concluiu que o desafio dos Bancos Centrais, nesta área, é de garantir a circulação de notas e moedas de boa qualidade e em tempo real.

A necessidade de manter o público informado, sobre o manuseio das notas e moedas em circulação torna-se bastente importante, num país em que a cultura de conservação das notas é ainda débil. Esta debilidade pode se constatar a qualquer hora nos mercados, nos transportes semi-colectivos vulgo “Chapa 100”, nas barracas e no público em geral. Me parece que o cidadão comum procupa-se mais em conservar a moeda estrangeira em detrimento do metical, a pesar dos esforços do Banco Central que tem apelado para maior conservação da moeda nacional com o slogan ”o dinheiro estragado custa dinheiro”.

A necessidade de formar activistas, criação de sites e outras formas de educação que os Bancos Centrais da CPLP se propuseram, para informar ao público sobre o melhor manuseamento das notas e moedas metálicas poderá ser um meio bastante viável e que pode trazer resultados positivos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Meu Blog



Aló pessoal,


Sejam bem vindos ao meu blog, onde pretendo, com você caro leitor, comunicar e debater assuntos diversos de Moçambique e o resto do mundo.
Conto com a sua especial colaboração nesta esfera de comunicação...
Até breve.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Banco de Moçambique: Balança de Pagamentos (BOP) 2008

No dia 29 de Abril do corrente ano, o Banco de Moçambique reunido com parceiros que prestam informação de relações com não residentes apresentou as Estatísticas da Balança de Pagamentos de Moçambique.

Segundo o Banco Central, o saldo global da BOP foi superavitário devido a entrada líquida de capitais nas contas financeiras e de capital, facto que permitiu financiar o défice da conta corrente que teve uma deterioração em cerca de 24.2%.

Dados da BOP mostram que as exportações totais de bens cresceram em 10%, com destaque para o tabaco e gás em termos de Mercadorias Gerais. Esta variação percentual não foi impulsionado pelos grandes projectos, uma vez que a cifra destes não foi para além 0.4%.

Em relação as importações, este registou um incremento de 23% influenciado principalmente pela importação de combustível, automóveis, cereais e diversa maquinaria. Nos principais bens de consumo há a destacar o aumento da importação do açucar e de automóveis que registaram a cifra de 139.6% e 23.5%, respectivamente.

A entrada de capitais em forma de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) beneficiou sobretudo os sectores da Indústia Transformadora com cerca de 44% e da Agricultura, Produção Animal, Caça e Sivicultura na ordem dos 32%. Segundo dados do Banco de Moçambique o IDE incluíndo os grandes projectos tendem a crescer desde 2006, após ter se registado uma redução em 2003 à 2005.

A divulgação deste tipo de indicadores torna-se cada vez mais relevante para o conhecimento dos diversos consumidores, uma vez vez que permite determinar o saldo das relações dos residentes para com não residentes.

1º de Maio – Dia Internacional do Trabalhor



No passado dia 1 de Maio comemorou-se mais um dia do Trabalhador, onde registou-se uma participação massiva da classe trabalhadora.
Dísticos contendo várias mensagens, desde exigências de melhores condições laborais, aumentos salariais e até mensagem de combate a pobreza absoluta desfilaram pela Praça dos Trabalhadores em Maputo.
Esta manifestação registou-se em todas as capitais provinciais. Para alguns foi um momento de regozijo e de festas, para outros uma oportunidade de exigência pública dos seus direitos.
Numa altura em que o mundo enfrenta uma das maiores crises financeiras e económicas, os trabalhadores moçambicanos apelaram para que o governo criasse medidas de conteção, alegando que os moçambicanos não são culpados pela actual situação em que o mundo enfrenta.