terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Morte de Samuelson, Paul



Soube também, no dia 14 de Dezembro do corrente ano, o conhecimento do desaparecimento físico (físico?) do tão adorado Prémio Nobel da Economia (1970), Paul Samuelson.

Tal como diz, o Basílio Muhate, que o primeiro contacto com a sua obra foi a 14ª Edição, eu também tive (na Faculdade de Economia da UEM) essa oportunidade e inclusive estou em contacto com as edições seguintes.

Os contributos que o Samuelson deu, aliás continua a dar vai desde os ciclos económicos (modelo de "acelerador-multiplicador"), a macroeconomia, a microeconomia em fim, é uma enorme lista que nos garante concluir que a Economia é realmente uma Ciência.

Confesso que sou um dos influenciados pelo Paul Samuelson por isso aproveito para prestar a minha homenagem a este grande homem da Economia.

O que dizem os outros economistas moçambicanos?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Obrigações - Relação Risco/Rentabilidade

O que são?

Short-Selling de Obrigações do Governo Americano, ou seja, este investimento beneficiará da queda do preço das Obrigações americanas e respectiva apreciação das Yields (Taxas de Juro), que se encontram a níveis historicamente muito baixos.

Contexto deste investimento.
As obrigações americanas têm vindo a subir ao longo dos últimos meses, apesar do extraordinário nível de endividamento do governo norte-americano. A dívida americana ascende a 13.000 biliões (notação americana) de dólares e a cada ano a dívida aumenta aproximadamente 1.000 biliões de dólares. A dívida e o seu agravamento são incomportáveis. A capacidade dos Estados Unidos pagarem esta dívida começa a ficar comprometida e existem apenas duas soluções para resolver o problema:

• Desvalorizar agressivamente o dólar, “imprimindo” moeda para pagar a dívida e provocando um colapso nos activos denominados em dólares e nomeadamente nas obrigações emitidas pelo governo americano; e

• Aumentar os impostos (já a um nível elevado) para níveis politicamente insustentáveis.

Perante as alternativas, a segunda solução não é verdadeiramente uma opção.

Para além do já elevado nível de impostos nos EUA, a crise económica não permitirá um aumento dos impostos e provocará até uma enorme diminuição da receita fiscal, uma vez que as empresas apresentarão menos lucros e pagarão menos impostos, o com o aumento do desemprego muitos americanos deixaram de pagar impostos relativos ao seu trabalho. Esta quebra de receita fiscal, agrava ainda mais o défice orçamental que poderá este ano atingir um nível recorde de 1 trilião de dólares.

A única solução para a situação gritante a que se chegou é desvalorizar a moeda e consequentemente a dívida. As obrigações americanas vão cair abruptamente, com as respectivas yields a subirem, antecipando a inflação provocada pelo aumento da massa monetária em circulação e a menor capacidade de os EUA pagarem a sua dívida. O risco de crédito dos EUA aumenta, e uma redução do seu rating de crédito poderá ocorrer durante o próximo ano.

De salientar que apesar do endividamento recorde e dos problemas descritos acima, as obrigações americanas subiram para níveis recorde, tendo sido temporariamente consideradas como um refúgio por parte dos investidores que saíram dos mercados de acções. Rapidamente se perceberá que o risco de deter obrigações americanas é superior ao risco de deter outros activos normalmente percepcionados com de maior risco.

Um outro factor que acarretará necessariamente uma queda nas obrigações, é o papel da China e do Japão. Estes países são os maiores detentores de dívida americana e poderão vender as suas posições para investirem nas suas próprias economias também severamente afectadas pela crise económica e sobretudo mal percepcionem a política escolhida pelos EUA para resolverem o problema da dívida.

Por todas estas razões as subidas registadas recentemente nas obrigações do tesouro americanas são apenas um fenómeno temporário relacionado com o medo instalado nos mercados financeiros durante este ano. O maior risco neste momento é deter obrigações americanas e por essa razão investimos e continuaremos a investir na desvalorização destes activos através de futuros da dívida transaccionados na CBOT.

As taxas de juro americanas encontram-se a níveis historicamente baixos e inferiores à taxa de inflação. As yields das obrigações governamentais americanas, ao longo da curva de maturidade, encontram-se abaixo dos 4 a 6% da inflação estimada nos EUA.

A nossa perspectiva é a de que os detentores das obrigações vão exigir um prémio face à inflação e que as yields normais para as condições macroeconómicas actuais serão aproximadamente 100 basis points acima da taxa de inflação.

O aumento da inflação decorrente da subida dos preços das diversas matérias-primas (em particular petróleo e mercadorias agrícolas) e potenciado pelas medidas empreendidas pelo Tesouro americano para debelar a crise do crédito, tornam o contexto deste investimento ainda mais favorável.

Neste sentido, o potencial de valorização do investimento é muito superior ao risco de evoluir desfavoravelmente no futuro.

Porquê investir na queda das Obrigações.
1. Elevado endividamento dos EUA, agravado pelos défices orçamentais actuais, relacionados com as ajudas ao sector financeiro e pacotes fiscais de estimulo à economia;

2. Taxas de juro implícitas nas obrigações americanas a mínimos históricos;

3. Possibilidade de a China e Japão, principais detentores da dívida americana, venderem os seus investimentos;

4. Obrigações americanas deixaram de ser consideradas activo refúgio, como nunca deveriam ter sido rotuladas devido ao risco de depreciação;

5. Melhor protecção contra a previsível subida da taxa de inflação a longo prazo;

6. Excelente relação Risco-Rentabilidade.

Ameaças.
O “downside” (perda potencial) deste investimento é muito limitado. Assim, na nossa perspectiva, o principal risco associado ao “investimento curto” em Obrigações será o de, o período recessivo na economia mundial (e dos EUA em particular) se prolongar por um período de tempo mais elevado, provocando a manutenção ou redução do nível geral de preços (deflação).

Outras Opiniões sobre este investimento.
Marc Faber, reconhecido investidor suíço que antecipou o crash bolsista em 1987, considera o investimento “curto” em obrigações americanas a melhor oportunidade do século.
Fonte: Comentários de Reputados Investidores.