sexta-feira, 30 de julho de 2010

Crédito ao Consumo (1)

Segundo MoneyBasic: 2005, Crédito ao Consumo é “uma soma em dinheiro disponibilizada por uma pessoa, uma entidade financeira ou um banco, por um determinado período. O beneficiário deve pagar uma forma de remuneração, designada por juro, como contrapartida da disponibilização do dinheiro. Implica, geralmente, a prestação de uma garantia ao banco, pela quantia emprestada. O crédito ao consumo, geralmente, dispensa esta garantia e consequentemente implica uma taxa de juro mais elevada”.

Em Moçambique o Crédito ao Consumo é bastante oneroso, mas como os clientes normalmente não avaliam o montante a ser pago no final do empréstimo arriscam a pagar quase o dobro do solicitado. As mensalidades podem ser valores reduzidos o que ilude as pessoas a aderirem a esses créditos que, com um esforço na componente poupança podem evitar. Há quem diga que é difícil manter uma poupança e que é preferível assumir as altas taxas de juro porque em caso de empréstimo o valor no momento "t" é significativo.

Normalmente o Crédito ao Consumo é dirigido para aquisição de viaturas e outros móveis tais como electrodomésticos, mobília de sala, mobília do quarto, etc. O cidadão prefere pagar juros elevados para obter esses bens, agravando a sua situação financeira uma vez que os mesmos não produzem, isto é, não geram riqueza ao invés de um investimento com retornos periódicos.

Aos jovens é de desencorajar esse tipo de financiamento, justamento por ser muito caro no final do empréstimo e optar mais pelo financiamento para investimento que garantam uma produção de riqueza...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Rand Forte - Um Caso para Reflexão

A moeda visinha Sul-Africana está de "passos galopantes" para o "infinito (?)", a avaliar pela sua contínua valorização, digamos ZAR/MT 4.53 (BCI).


"Um rand forte como está, à prazo, torna a economia e sobretudo o sector exportador sul africano, menos competitivo, promovendo mais desemprego e agravando as condições de equilíbrio social. Analistas são unânimes em afirmar que a taxa de equilíbrio do Rand está entre 9,0 e 10,0 vis-à-vis o Dólar. Mais ainda, um Rand forte gera xenofobia, pois perante uma alta de desemprego, os empregadores optam por mão de obra barata, proveniente dos países vizinhos". Navalha
1. Será que esta situação deriva pelo facto de haver Mundial na África do Sul?
2. Qual será a tendência do ZAR pós Mundial de Futebol?
3. Até que nível o ZAR se vai transacionar face ao MT?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Espanha - Reduz Salários da Função Pública


O Executivo chefiado por Zapateiro anunciou na manhã de hoje a redução, a partir de Junho, de cinco (5%) por cento dos salários dos funcionários públicos e o congelamento salarial para 2011.

Estas medidas visam reduzir o défice público, em linha com o programa da União Europeia. Esá prevista também a redução em 15% dos salários dos membros do governo e ainda o congelamento das pensões no próximo ano, com excepção das mínimas e das não contribuitivas.

Estima-se que o défice passe dos actuais 11.2% para 6% em 2011.

Se considerarmos alguem que receba 1.000 Euros em Espanha, significa que o governo vai prescindir de lhe pagar nada mais nada men0s que 50 Euros, mas o salário mínimo em espanha é de cerca de 630 Euros.

Essa medida num país africano, como por exemplo Moçambique, provocaria instabilidade e politicamente não aceite pela classe trabalhadora.

Que essa crise não chegue a Moçambique.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Altas Taxas de Câmbio – Fraca reação da economia? Qual o interesse dos doadores?

Não vou fazer aqui um paralelismo de causa-efeito de altas taxas de câmbio com os prováveis interesses dos doadores, em não disponibilização dos fundos para o Orçamento Geral do Estado (OGE), sobretudo das principais moedas que se relacionam com o nosso Metical, para não incorrer em falácias.

É que alguns analistas dizem que a subida da taxa de câmbio e a consequente desvalorização do metical face ao dólar norte-americano tem a ver com a falta de financiamento do OGE até agora, por parte dos principais doadores, resultando na escassez do dólar e pressão na taxa de câmbio. Note que a relação USD/MZN de cotação, a 11 de Março de 2010, situava-se em 27.59Mt e 27.79Mt, compra e venda, respectivamente. Acima destas taxas, os bancos comerciais acrescem a sua margem de lucro (spread) e logicamente, as suas taxas estarão acima as de cotação. Por exemplo, o Banco Comercial e de Investimento (BCI) fixou hoje (12.03.10), as suas taxas em relação a USD em 31.00Mt e 31.62Mt, de compra e venda, respectivamente. É claro que as taxas dos restantes bancos comerciais, tais como Barclays Bank Moçambique, Millenium bim, Standard Bank e outros, situa-se em volta de 31.00Mt/32.00Mt.

Pelo que me parece este é o período "pico" de importações em Moçambique e, aliado ao facto de fraco nível de exportações verifica-se a saída de divisas para fazer face as importações com quase nula contrapartida das exportações.

Gostaria de ter alguns inputs das questões abaixo:

1. Será que a capacidade de reação da Economia de Moçambique é fraca?

2. Haverá algum interesse "obscuro" dos doadores em não financiar, pelo menos até o momento, o OGE?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Autoridade Tributária de Moçambique: 47.0 mil milhões de MT - podia ter sido mais



Segundo informações do “africanidade”, a Autoridade Tributária de Moçambique - ATM arrecadou em 2009 cerca de 47.0 mil milhões de MT, de Receitas Fiscais, o equivalente a USD 1.6 mil milhões (ao câmbio de valorimetria do Banco de Moçambique).


Segundo Rosário Fernandes, Presidente da ATM, 65% das Receitas Globais dizem respeito aos impostos internos (arrecadados através da Direcção Geral dos Impostos) e 35% da arrecadação aduaneira (arrecadados através da Direcção Geral das Alfândegas). Estes dados não vem à questão agora porque seja la qual for a base de insidência, significa que há uma capacidade elevada de cobranças internas.


Mas o que me apoquenta são os 47.0 mil milhões de MT que acho que podia ter sido mais. O leitor deve estar a se indagar porquê podia ter sido mais que aquele valor?


É que, para além dos milhares de milhões acima referenciados, de certeza existe um valor “beta-β” (deve-se entender o β como um valor adicional) que não deu entrada nos Cofres do Estado. Este β cobrado ilicitamente, em conivência com os agentes económicos que pautam pela fuga ao fisco são canalizados para os “cofres” individuais de alguns funcionários da ATM (auditores da DGI e alfandegários da DGA, na sua maioria), comprometendo deste modo, os objectivos de redução do défice orçamental.


As questões que se colocam são: qual será o ponto fraco que o Gabinete de Controlo Interno da ATM tem, que permite com que haja esse tipo de práticas de corrupção dos funcionários? Será que a parceria Autoridade Tributária de Moçambique vs Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) produz resultados almejados?


Não, claro que não.


O método de grampear os telefones dos funcionários da ATM para acompanhar as suas conversas me parece ineficiente, dado que os mesmos utilizam vários números. Os números de contactos conhecidos pelo patronato são mantidos em serviço, mas não são usados para o contacto com os agentes económicos para as cobranças ilícitas.


Um funcionário da ATM chega a andar com mais de cinco telemóveis e tantos “sim cards” (note que os sim cards pré-pagos em Moçambique não são personalisados como aconte por exemplo, na Europa) das operadoras de telefonia móvel para manobrar os sistemas de controlo adoptados pela ATM e GCCC.

Outro procedimento adoptado pela ATM e GCCC é o controlo das contas bancárias dos funcionários, através da circularização dos funcionários nos bancos comerciais. Embora as contas individuais sejam de caracter confidencial por parte dos bancos, estas instituições têem mecanismos (despositivos legais?) suficientes para acedé-las e por aí concluir se as mesmas movimentam valores anormais ou que não conferem com os rendimentos auferidos pelos funcionários. Mesmo assim, esses corruptos funcionários da ATM estão sempre atentos às medidas de controlo adoptadas, praticam o que em economia se chama de entesouramento (acto de guardar valores monetários fora do sistema financeiro, por exemplo em casa) para não correrem o risco de serem chamados aos bancos do GCCC para esclarecerem a proveniência dos valores nas suas contas bancárias.



Entesouramento vs Política Monetária

Numa altura em que o Banco de Moçambique está preocupado com a crescente expansão da Base Monetária, derivado de aumentos significativos das Notas e Moedas em Circulação, que representa um peso de cerca de 65.8% (Novembro de 2009), ainda encontramos cidadãos que entesouram valores monetários em benefício próprio, por um lado, por outro, em prejuizo dos instrumentos da Política Macroeconómica, resultando em última instância, em incumprimento dos Objectivos Macroeconómicos do país.


O alcnace dos objectivos das receitas fiscais resulta pelo facto da ATM ter planificado metas que não exigem muito esfoço para o seu alcance, visto que não se toma em consideração, parte das receitas fiscais que anualmente são desviados por funcionários corruptos em conivência com os agentes económicos. A ATM devia planificar as suas receitas tomando em consideração a parte que “engorda” os bolsos dos seus funcionários e traçar medidas mais adequadas e eficientes de combate a corrupção.